A vida é a arte do encontro embora haja tantos desencontros pela vida
Vinicius de Moraes tinha razão nessa afirmativa tão simples e ao mesmo tempo verdadeira.
Dois amigos se reencontram.
O tempo e o espaço são cruéis: juntos, acabam por tornar longinquo o que um dia foi quase inseparável.
Andando pela rua, um reconhece o outro.
Os dois desacreditam da coincidência. Choram, até.
Quem não os conhece e simplismente passa por ali não entende a cena. Alguns cochicham "xii, dois namoradinhos".
A amizade entre homens é marcado por uma irmandade. É inevitável não se ter um sentimento de alegria e emoção ao reencontrar um amigo, um irmão.
O tempo aponta caminhos, cria barreiras e fortalece distâncias. Mas não consegue, apesar de tudo, vencer as lembranças e a saudade.
Eles conversam:
- Votou na Dilma?
- Votei
- Você sempre foi PT, né?
- É.... mas fui do PC do B
- E o que você acha? Vão melhorar as coisas?
- Meu amigo.... já foi o tempo em que acreditei em mudanças. A mediocridade vem com o tempo.
- Como assim?
- Hoje, já não sei se leio Brecht ou se me esforço prá comprar um Smart Phone....
Um deles olha o relógio. Estende a mão num sinal de pressa e de atraso.
Abre o farol. Um deles atravessa e pede para que o outro entre em contato.
Esperam se encontrar um dia, mesmo que seja pelo acaso dos faróis da vida.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Tropa 2: a desconstrução

Este missivista assistiu a sequência de Tropa de elite do cineasta José Padilha.
Filmaço!
Com um roteiro certeiro e sequências espetaculares de ação, o filme prende o espectador do começo ao fim.
O Capitão Nascimento, interpretado pelo magnífico Wagner Moura, reaparece 13 anos mais velho e se depara com situações que irão mexer com suas crenças e convicções pessoais.
Se no primeiro filme o capitão acreditava que a única forma de combater a violência era usando a violência, no segundo filme, o foco sai da relação entre polícia e bandidos e se centra na relação entre a corporação policial e o sistema político.
Desse modo, Tropa de elite 2 é um filme que leva a reflexão e a maior percepção sobre o sistema político e o quanto ele é determinante nas políticas de segurança pública.
Destaque seja dado para o elenco que é composto por astros como Dudu Nobre e Seu Jorge, sem falar nos atores do primeiro filme que retornaram para a sequência.
Sem falar na atuação acachapante de Wagner Moura. Sem dúvida, um dos maiores talentos de sua geração.
Tropa de elite 2. Mais do que recomendado pela JorgeLuisPress.
Dilma: agora é a vez da mulher

O dia 31 de outubro de 2010 já entrou prá posteridade.
Talvez, as pessoas comuns, que não percebem o além do óbvio, não se deem conta do que significou a eleição de Dilma Roussef no dia de ontem.
Simplismente foi eleita a quadragésima presidente da história e a primeira mulher a ocupar o cargo máximo da nação.
Dilma e o PT representam um novo projeto de poder a ser implantado no Brasil nos próximos anos. Os petistas pretendem ficar 20 anos no poder e oferecer uma qualidade de vida mais digna para a maioria da população.
A verdade é que o PT gostou de estar no poder. Ficou claro nos palanques o quanto o partido busca uma conversa mais firme com díspares setores da sociedade. Veja o caso de Michel Temer que ontem se tornou vice-presidente do país, liderando um partido que é o oposto das propostas sociais petistas.
Se o PT será o unânime nos próximos quatro anos, com uma forte bancada na câmara dos deputados e no senado, o Brasil hoje carece de uma oposição firme e que aponte propostas reais e alternativas à nação.
Serra e o PSDB conheceram nas urnas uma vertiginosa queda. Uma queda tão brusca, que inclusive ameaça a posição e a grandeza do partido.
É provável que os tucanos tenham uma nova derrota nos próximos meses, com a possível saída de Aécio Neves do partido. Com Aécio irão muitas lideranças tucanas que enxergam nele uma liderança capaz de ameaçar a hegemonia petista no pleito de 2014.
Já José Serra....conhecerá o limbo, o purgatório e até o inferno nos próximos anos. Cercado de pessoas que não confia, Serra será uma figura isolada no ninho tucano paulista que está agora sob a liderança absoluta de Geraldo Alckmin, seu escancarado desafeto político.
Mas, panoramas futuros à parte, é época de comemorar a democracia e acreditar em progressos no amanhã.
Uma mulher chegou à presidência. Que privilégio presenciar isso.
sábado, 5 de junho de 2010
Profissão: professor
Este missivista é professor de Geografia.
No início da graduação, lá no ano de 2003, era muito comum ouvir os colegas dizendo "eu não vou dar aula".
Normal. O início da graduação é sempre assim: todos se angustiam sobre o que irão fazer da vida ao findarem os estudos.
Sempre quis a sala de aula. Não sei porquê, mas a arte de transmitir conhecimetos, de formar e influenciar opniões, sempre me fascinou.
Creio que isso tenha nascido a partir da convivência intensa com bons professores, que em sala de aula mexiam com a minha consciência e imaginação.
Era incrível. Ali, provavelmente, nasceu a vontade de fazer o mesmo.
Não tinha objetivos de mudar o mundo, nem nada disso. Apenas queria dar um recado, transmitir coisas novas, enfim, dar utilidade para o conhecimento que adquiri ao longo de anos de graduação e também no decorrer da minha vida.
Hoje, quando conto com mais de quatro anos de carreira como professor profissional, entendo que ensinar é um privilégio. E todo privilégio exige uma enorme responsabilidade.
Nas mãos do professor estão as ferramentas para a transformação de um indíviduo, da sua consciência e da sua percepção do que acontece ao seu redor.
Agarro a profissão com orgulho. Nela me realizo e quero com ela viver os melhores e os piores anos de minha vida.
Pois agarro o ofício por escolha e não falta de opção.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Mais um do Allen
Este missivista admira o trabalho de Woody Allen.
Cineasta experiente, autor, ator e diretor de filmes que hoje são clássicos do cinema mundial, está de volta com mais um novo filme: Tudo pode dar certo.
Depois de três filmes bem sucedidos (Match Point, Scoop e Vick Cristina Barcelona) filmados fora do circuito Hollywoodiano, Allen volta a retratar um personagem no seu pano de fundo predileto: Nova York.
A paranóia de um personagem judeu que se encanta por uma jovem estudante do interior são coisas que vão de encontro ao universo dos personagens de Allen. Nota-se que as convicções existem, são importantes, mas podem ser quebradas pelo movimento de ir e vir da vida que nos pega de surpresa com tragédias e acontecimentos inusitados.
Entre esses acontecimentos, impossível deixar de destacar a aparição de alguém.
O outro nos faz crescer, o outros nos faz duvidar, questionar, evoluir, crescer, diminuir, perder e se encontrar. Nem sempre nessa mesma ordem, mas quase sempre tudo ao mesmo tempo.
Que universo espetacular é a convivência humana. E é ela que dá o tom da obra de Woody Allen e de seu mais novo trabalho.
Recomendadíssimo
domingo, 21 de março de 2010
Desilusão não mata!

O ser humano é uma verdadeira montanha russa de emoções.
Em um período se sente por cima e em outro está por baixo. Muitas vezes temos quedas emocionais e nos afundamos numa crise de desilusão que, no limite, pode se tornar uma depressão.
Aí mora um grande perigo.
A depressão se fortalece no momento em que nos sentimos mais fragilizados e desprotegidos. Variadas são as razões: desilusões amorosas, decepções emocionais, perda de entes queridos.
A falta é aquilo que mais aflinge uma pessoa depressiva. Dói pensar que nada aconteceu como imaginávamos, que nada era real, ou pior, que o que existiu um dia hoje não existe mais.
Triste? Sim
Insuperável? Nunca!!!!
Por mais fundo que seja o buraco, por mais assustador que possa parecer, sempre haverá luz no fim do túnel. O ser humano é belo por possuir exatamente essa característica: o poder de superação.
Decepcionou-se com alguém? Perdeu algo/alguém que amava muito?
Podem ter sido suas primeiras decepções, mas sinto: não serão as últimas.
A vida é feita de altos e baixos e nossa capacidade de superação mostra o quanto estamos na direção do amadurecimento e do amor próprio.
Não há erro em buscar ajuda. Ela é necessária.
Assumir que precisa de uma mão prá sair do atoleiro nunca será vergonhoso. Vergonha é permanecer no fundo por opção.
domingo, 7 de março de 2010
O amor acontece
Este missivista é apaixonado por filmes de relacionamentos.
A discussão e a representação das fases do relacionamento me intrigam e fascinam, pois, muitas vezes, representam situações pelas quais já passamos ou passaremos em algum momento da vida.
Ao assistir o filme O Amor Acontece estrelado por Aaron Eckhart e Jennifer Aniston, vemos as atitudes humanas de auto flagelação e superação.
Burke Ryan (Aaron) é um homem viúvo que lança um livro de auto ajuda sobre como superar perdas pessoais. Eloise Chandler (Jennifer) é a dona de uma floricultura, bem resolvida sentimentalmente, que encanta o escritor e começa a desvendar o íntimo emocional desse "expert" que, apesar de se mostrar forte e tão determinado. no fundo guarda uma imensa dor pela perda da esposa.
Burke mente a si mesmo e tenta ajudar as pessoas com seus escritos e seminários sobre a superação da dor. É o típico caso de um cego guiando o outro. Ou os outros.
Eloise enxerga isso e nota que a única solução é mostrar a Burke a necessidade de resolver os assuntos passados.
Maravilhoso. O filme prende pela combinação de ação e humor e pela expectativa de um relacionamento entre Burke e Eloise. O que parece inevitável, mas nem tanto, visto que Burke se martiriza pelo que não existe mais.
O sentimento de culpa persegue o ser humano, mas, ao mesmo tempo, a felicidade urge em nosso peito como uma clara e evidente necessidade. Todos temos o direito de encontrar essa jóia que nos brinda gratuitamente com a serenidade e a paz de espírito.
Filme recomendadíssimo pela JorgeLuisPress.
A discussão e a representação das fases do relacionamento me intrigam e fascinam, pois, muitas vezes, representam situações pelas quais já passamos ou passaremos em algum momento da vida.
Ao assistir o filme O Amor Acontece estrelado por Aaron Eckhart e Jennifer Aniston, vemos as atitudes humanas de auto flagelação e superação.
Burke Ryan (Aaron) é um homem viúvo que lança um livro de auto ajuda sobre como superar perdas pessoais. Eloise Chandler (Jennifer) é a dona de uma floricultura, bem resolvida sentimentalmente, que encanta o escritor e começa a desvendar o íntimo emocional desse "expert" que, apesar de se mostrar forte e tão determinado. no fundo guarda uma imensa dor pela perda da esposa.
Burke mente a si mesmo e tenta ajudar as pessoas com seus escritos e seminários sobre a superação da dor. É o típico caso de um cego guiando o outro. Ou os outros.
Eloise enxerga isso e nota que a única solução é mostrar a Burke a necessidade de resolver os assuntos passados.
Maravilhoso. O filme prende pela combinação de ação e humor e pela expectativa de um relacionamento entre Burke e Eloise. O que parece inevitável, mas nem tanto, visto que Burke se martiriza pelo que não existe mais.
O sentimento de culpa persegue o ser humano, mas, ao mesmo tempo, a felicidade urge em nosso peito como uma clara e evidente necessidade. Todos temos o direito de encontrar essa jóia que nos brinda gratuitamente com a serenidade e a paz de espírito.
Filme recomendadíssimo pela JorgeLuisPress.
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